sábado, 31 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Chove. É dia de Natal | Fernando Pessoa
Chove. É dia de Natal Chove.
É dia de Natal. Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
domingo, 27 de novembro de 2011
Mecanismos de Coesão
Coesão frásica: processo que
assegura a unidade entre os diferentes elementos linguísticos de uma frase
simples ou de uma oração.
Processos: Ordenação das
palavras na frase; concordância das palavras em género e/ou número; regência de preposições.
Coesão interfrásica: processo que assegura
a articulação de orações, frases e parágrafos entre si.
Processos: Coordenação;
subordinação; articulação por outros conectores/organizadores.
Coesão temporal: processo que consiste
na sequencialização dos enunciados, segundo uma lógica temporal.
Processos: Expressões
adverbiais ou preposicionais com valor temporal; datas; expressões que
assinalam ordem; utilização correlativa de tempos verbais.
Coesão Referencial: propriedade dos
textos (orais e escritos) em que determinadas expressões linguísticas
estabelecem relações de dependência com o discurso anterior, o discurso
subsequente ou a situação de comunicação.
Processos: Anáforas lexicais,
anáforas pronominais,elipses, catáforas lexicais, pronominais,
deícticos.
Coesão lexical: processo que assegura a relação correferencial entre
expressões linguísticas presentes nos enunciados.
domingo, 20 de novembro de 2011
Síntese das características literário-estilísticas de Ricardo Reis
Epicurismo e estoicismo
Ricardo Reis oferece-nos uma filosofia de
vida influenciada pelo epicurismo, pelo estoicismo e pelo “carpe
diem" ("aproveitai o dia") do poeta romano Horácio.
·
A sua filosofia de vida é a de um epicurismo triste, pois defende o
prazer do momento, o "carpe diem",
como caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos.
·
O epicurismo consiste na filosofia moral de Epicuro (341-270 a. C.),
que defendia o prazer como caminho da
felicidade. Mas para que a satisfação dos desejos seja estável, sem
desprazer ou dor, é necessário um estado de ataraxia, ou seja, de tranquilidade
e sem qualquer perturbação.
·
Apesar deste prazer que
procura e da felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade, ou seja,
a ataraxia (a tranquilidade sem qualquer perturbação). Sente que tem de
viver em conformidade com as leis do destino, indiferente à dor e ao desprazer,
numa verdadeira ilusão da felicidade, conseguida pelo esforço estóico
disciplinado.
·
O estoicismo é uma corrente filosófica que considera ser possível encontrar
a felicidade desde que se viva em conformidade com as leis do destino que regem
o mundo, permanecendo indiferente aos males e às paixões, que são perturbações
da razão. O ideal ético é a apatia, que se define como ausência de paixão e
permite a liberdade, mesmo sendo escravo.
·
Ricardo Reis é o poeta clássico, da
serenidade epicurista, que aceita, com calma lucidez, a relatividade e a
fugacidade de todas as coisas.
Ricardo Reis é o heterónimo que projeta Pessoa para a antiguidade da Grécia
clássica. É o poeta das odes, o poeta que à semelhança de
Horácio, na Roma Antiga, se refugia na
aparente felicidade pagã que lhe vela e esbate o desespero.
Proclama uma sabedoria desenganada e surge
como a apologia da inteligência de Fernando Pessoa. Nas Páginas Íntimas diz ele: "Pus
em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental vestida de música que lhe é própria.”
É, no dizer de Gaspar Simões, através de Ricardo Reis que Fernando Pessoa se
aproxima de si mesmo. Em Ricardo Reis vê-se não só o mundo de angústias que
afecta Pessoa, mas a apatia, a desilusão perante o mistério da vida sem
soluções. Tudo é incerto, nada fica de nada, nada somos, tudo passa, tudo muda.
Classicismo
A nível formal,
a poesia de Ricardo Reis revela um estilo trabalhado, rigoroso e clássico. A
sintaxe clássica latina, frequentemente com a inversão da ordem lógica,
favorece o ritmo das suas ideias disciplinadas. A precisão verbal, os
latinismos, o uso de formas estróficas (a ode, o epigrama e a elegia) e
métricas (verso decassilábico) de influência clássica e o emprego de arcaísmos vocabulares
são marcas do classicismo erudito de Reis.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
(anti-Ricardo Reis), Adília Lopes
(anti-Ricardo Reis)
O rio
é bom
para nadar
e as flores
para dar
o resto
são cantigas
casa-te com Lídia
tem bebés
passa a lua-de-mel
na Grécia.
Adília Lopes
O rio
é bom
para nadar
e as flores
para dar
o resto
são cantigas
casa-te com Lídia
tem bebés
passa a lua-de-mel
na Grécia.
Adília Lopes
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